domingo, 26 de setembro de 2021

Miséria...

 

Negacionismo virou uma das mais novas modas no Brasil e em mais partes do mundo (ao menos nos EUA, com o movimento antivax). 

Mas esse "evento" abrange muito além de teorias da conspiração e de negação das crises políticas e econômicas. Falar de política antes da ascensão da ultra direita na América (EUA, Brasil...) e da Covid-19 já era difícil, hoje é quase impossível - é como balbuciar insanamente. Os poucos que se entendem fecham-se em bolhas e nem estou me referindo (somente) a baboseira da polarização. 

A pandemia de Covid-19 fez com que governos (mais lúcidos) buscassem implantar medidas de segurança e campanhas de saúde (vacinação em massa). É muito simples: se o governo não faz o mínimo para tentar cuidar de sua sociedade, trata-se de um governo genocida. Só que o mesmo vale para quem garante renda do trabalhador: Se a empresa tem condições de custear mão de obra e implementar medidas de segurança como homeoffice, ela deve fazer isto... Mas quem garante que o mínimo foi feito pelas empresas com mais condições na pandemia? Certamente ninguém. 

O número de desempregados disparou, assim como pessoas em situação de rua. Isto já seria ruim o suficiente para alarmar qualquer pessoa minimamente sensível ou empática, mas não parou por aí: A renda para uma grande parcela da população caiu (não vou atrás desses dados, mas eles devem ser fáceis de se achar na internet, a menos que tu prefira acreditar em "tios de Whatsapp" ou em grupos conservadores), as consequências do desmatamento e de outros crimes ambientais estão surgindo. Claro, claro, juntar tudo isto sem citar fonte, parece coisa de alarmista, mas não é. 

O fato é que a civilização humana sempre teve problemas e talvez ela tenha feito pouco para resolver estes problemas nos últimos anos: A maioria das notícias de crimes ambientais, cartéis, oligopólios, milionárias sonegações de impostos e furto de verbas públicas, não foram seguidas de uma resolução. Pelo contrário, foram seguidas pelo surgimento de consequências mais e mais problemáticas. 

Entre os anos de 2014 e 2016 eu li as seguintes notícias (procurem as fontes): 

Fiscalização indica que mais de uma barragem das mineradoras do conjunto "Vale / Samarco" estão com altas possibilidades de romper (e romperam...); 

Escândalo do CADE causa um dos maiores rombos nos cofres públicos do Brasil (grandes empresários sonegando impostos); 

Operação Zelotes encontra contas de diversas grandes empresas em paraísos fiscais (mais sonegação multimilionária); 

Fora os "desvios de verbas" feito por políticos em Minas Gerais, Rio de janeiro, Goiás e tantos (possivelmente todos) outros estados brasileiros; 

 Enfim, o que podemos fazer em relação a esses poderosos? Por enquanto nada. Nada porque o povo está muito mal informado e desunido para agir. No quesito econômico, não só o Brasil, como diversos outros países "estão pegando fogo" (aumento da inflação, mais desemprego, miséria, fome...). Não se trata de políticos nem de grandes empresários - não adianta mais ver notícias sobre os que estão por cima da situação. Esses se descolaram da realidade e clamar por (e fazer) justiça está mais difícil do que antes. 

A retomada econômica que alguns pregam pelas mídias é para quem? Quantos do que perderam tudo irão se recuperar? E entre aqueles que recuperam um trabalho, o quanto ele perdeu de capacidade de compra? O estrago está feito e que estrago! 

Então só nos resta "tapar o Sol com a peneira". E sim, isso é muito melhor do que fazer nada. Como citei anteriormente, não se trata de alarmismo, é realidade: Tem muita gente precisando de auxílio, não só de esmolas, mas de doações, ajuda mais significante e/ou mais frequente. Certamente não iremos desfazer o estrago, mas o esforço para ajudar os mais necessitados, numa crescente crise mundial, não é só empático, é lógico. Negar isso também é negacionismo - ignorância e egoísmo. 

Fiz inúmeros textos citando a importância dos bons sentimentos... Seja receptividade, amor ou esperança, tanto faz: Eles estão por trás da empatia (a que serve ao mais necessitado). Não vivemos momentos adequados para indiferença e me causa profundo sofrimento imaginar que nenhum parente, amigo ou mesmo colega ou mero conhecido, esteja fazendo um esforço mínimo neste sentido. Sei que alguns têm menos condições de ajudar, mas também sei que às vezes os esforços, ainda que individuais e pequenos, valem a pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários não são moderados antes da publicação.