quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Filosofia, Teoria Mente/ Corpo e o Desenvolvimento da Psicologia (Pt. 2)

 

Parte 2 - O Monismo ganha força como Teoria da Mente... e como "Cosmovisão/ Paradigma" 

O monismo é a visão/ interpretação de que o cosmo é uno, ou a realidade é una. Trata-se de uma parte essencial da cosmovisão, conceito que expliquei no texto anterior (§ 5). Tal modo de ver o cosmo/ a realidade pode ser materialista ou mentalista/ espiritualista. No primeiro caso ela é meramente sensorial, enquanto no segundo ela é mental. A visão mentalista tende a ser considerada mais confusa ou não-objetiva, mas isso não é necessariamente um fato: Uma cosmovisão espiritualista, por exemplo, pode afirmar que a mente é sinônimo de alma e que esta é imortal e mais importante do que toda a "matéria" ou realidade percebida sensorialmente. Assim ela não nega os objetos e fenômenos corpóreos, só considera mais importante o aspecto mental/ espiritual por entender que ele é irredutível, indivisível e superior ao corpo, pelo fato de controlá-lo. O próprio Berkeley, considerado um dos ícones do mentalismo no ocidente, não negava a existência de corpos perceptíveis sensorialmente, como eu cito no texto anterior. 

Teoricamente as visões monistas diferem da cosmovisão de Descartes que é considerada dualista devido ao fato de separar a mente e o corpo em naturezas diferentes entre si. 

 Wozniak diz que, embora os argumentos de Berkeley tiveram poucos aderentes em sua época, o imaterialismo viria a ressurgir no século 19 sob a forma da teoria da matéria mental (mind-stuff). Já o materialismo (de Demócrito e talvez, Aristóteles) que desde a antiguidade concorreu com o platonismo (um dualismo ou espiritualismo - aparentemente não há consenso sobre qual seria a cosmovisão ou teoria da mente da filosofia socrática / platônica), afirma que a matéria é fundamental. Embora o empirismo de Locke e a teoria do espaço e tempo absolutos de Newton (criticada por Berkeley) possam ter traços de materialismo, esta "visão de mundo", monista teve como seu representante mais extremo, o médico francês Julien O. de la Mettrie (1709-1751). Durante um ataque de febre, ele fez observações sobre si mesmo com referência à ação da circulação sanguínea acelerada sobre o pensamento, o que o levou à conclusão de que os processos mentais deveriam ser explicados como os efeitos de mudanças orgânicas no cérebro e no sistema nervoso . Ele elaborou esta conclusão em sua primeira obra filosófica, a Histoire naturelle de l'âme (1745). Sua publicação teria causado polêmica e La Mettrie renunciou ao seu cargo na Guarda Francesa, refugiando-se em Leiden. Lá ele continuou suas doutrinas de forma ainda mais ousada em L'Homme machine, um tratado escrito às pressas baseado em princípios consistentemente materialistas e quase ateus. La Mettrie acreditava que o homem, corpo e mente, funcionava como uma máquina. Embora tenha ajudado a aprofundar a visão de Descartes sobre a mecanização na explicação do comportamento corporal humano, ele argumentou contra a visão dualista cartesiana sobre a mente, ao alegar que Descartes era na verdade um materialista no que diz respeito à mente (isto contradiz uma série de afirmações de Descartes que se considerava ser, pelo fato de pensar etc). 

Diz-se que a priorização do prazer sensual de La Mettrie resultou em sua morte prematura. Aqui a palavra sensual não refere-se especificamente ao prazer sexual, e sim, ao sensorial, o que abrange o tato, o paladar, o olfato e possivelmente até a audição e a visão. Assim, é possível entender que a partir de suas próprias teorias, La Mettrie desenvolveu um estilo de vida hedonista. O embaixador francês na Prússia, Tyrconnel, grato a La Mettrie por curá-lo de uma doença, organizou uma festa em sua homenagem. Alegou-se que La Mettrie queria mostrar sua gula ou sua constituição forte devorando uma grande quantidade de patê de faisão com trufas. Como resultado, ele desenvolveu um tipo de doença gástrica seguida de uma febre forte e acabou morrendo. 

Nesta época o empirismo britânico parecia estar se propagando - Isto faz sentido, caso realmente o monismo esteve ganhando força (adeptos), pois este método, ou epistemologia, (empírica) complementa ao menos um tipo de monismo: O materialista. Explico a seguir. 

Se os filósofos naturalistas partem de uma visão do que realmente existe ("cosmovisão", paradigma ou weltanschauung) é só a matéria perceptível, ou seja, "pré - supõem" que só o que é detectado sensorialmente do meio exterior é real ou digno de estudo, então o empirismo é elevado a um estado de método absoluto e único de construção de conhecimento. Esta visão de mundo reducionista afeta a ontologia, devido ao fato de, em prática, considerar que só a matéria perceptível sensorialmente existe e só ela deve ser estudada para a construção do conhecimento. 

Interessante notar o contexto histórico mais uma vez neste ponto: As guerras por motivos religiosos já aconteciam cada vez menos, porém as guerras econômicas e políticas estavam longe de acabar - Pelo contrário: O Império Espanhol estava em declínio após severas derrotas bélicas, como as sofridas nas mãos de ingleses e neerlandeses. Diante tais nações, a Espanha perdera quantidade gigantescas de ouro e prata que ela tinha arrancado de outras civilizações (principalmente das nativo americanas, como dos Astecas, dos Incas e de localizações como Potosi). A Inglaterra já tinha assumido uma política externa claramente imperialista desde o período da rainha Elisabeth e de seu "conselheiro" John Dee. Superada grande parte dos conflitos entre católicos e protestantes (sejam calvinistas ou quaisquer outros), a França e os Países Baixos podiam se empenhar nos outros interesses que mencionei: Econômico e/ ou Político. Talvez devido a fatores culturais somados a tais interesses, os Países Baixos buscaram uma ascensão mais econômica (com a fundação das companhias das Índias e uma exploração colonial, em prática, exclusivamente econômica), enquanto a França buscava uma expansão mais política (territorial, bélica etc). 

Os estudiosos de cada nação continuavam tendo a mesma origem: as altas classes sociais, porém de acordo com a propagação desta influência (de interesses econômicos e políticos), a diminuição do interesse em temas religiosos, espirituais, místicos, metafísicos e afins deve ter se alastrado entre as altas classes sociais gradualmente. Isto pode ser notado na curta duração do rosacrucianismo, um movimento de intelectuais da Europa que se interessavam tanto pelos temas mais espirituais e/ou místicos, como pelos filosóficos (metafísicos, éticos, ontológicos, epistemológicos) e pelos naturais e/ ou "científicos". Este movimento que ganhou força no início do século 17 e antecedeu o iluminismo, foi sendo dominado por interesses "naturais" (de filósofos naturalistas), ou simplesmente foi sendo abandonado gradualmente até a virada ao século 18. Certamente diante uma "corrida" por interesses mais materiais, a elite intelectual européia foi assumindo uma cosmovisão mais voltada ao estudo da "natureza" e dos objetos, e portanto foi assumindo uma postura mais objetiva... e sensorial, como veremos a seguir. 

David Hartley (1705-1757) nasceu na Inglaterra e estudou no Jesus College, Cambridge. Enquanto o princípio de associação foi usado antes de Hartley e a frase "associação de idéias" pode ser traçada no apêndice da 4ª edição dos Ensaios de Locke, é em Hartley, como Wozniak (1992) e Young (1970) nos contam, que "a psicologia associativa" pela primeira vez assume uma forma definitiva não inteiramente derivada de questões epistemológicas (de métodos de construção de conhecimento). Ao relacionar o fenômeno da sensação, ideação e movimento ao sistema nervoso, ele estabelece os princípios da "psicologia" fisiológica... 

O teólogo Étienne Bonnot de Condillac (1715-1780), dá ênfase aos estudos das sensações transmitidas através dos sentidos externos, explicadas por Locke. Seu Traité des sensations, de 1754, foi feito para mostrar que as "impressões" externas, tomados por si só, podem explicar todas as ideias e todas as operações mentais. 

Como é possível notar, Hartley, ao possibilitar o desenvolvimento de uma "psicologia fisiológica", dificilmente trataria de questões emocionais profundas ou de impactos psicológicos causados por pressões sociais ou culturais - Ao ser "fisiológica", a psicologia naturalmente seria envolta ou confundida por uma área "mais biológica" de estudos, como por exemplo, a medicina. Já Condillac vê a interferência do meio externo na mente humana, mas alega que esta pode explicar toda a mente, praticamente ignorando possíveis questões complexas envolvendo temas como os sentimentos, valores individuais e processo histórico do indivíduo. 

Por um outro lado, Thomas Reid (1710-1796), desenvolve uma elaborada teoria das intuições e faculdades da mente humana dadas por sua constituição fundamental. 

Seu maior trabalho, An inquiry into the human Mind on the Principles of Common Sense, foi publicado em 1764, no ano em que aceitou a indicação de professor de Filosofia Moral na Universidade de Glasgow. Nesta obra, Reid articulou o postulado básico intuitivo do "senso comum", filosofia na qual, a faculdade de psicologia Escocesa, foi alicerçada. Intuições são tendências nativas para a ação mental, aspectos da constituição fundamental da mente humana, que regulam a experiência consciente de todo humano desde a nascença. Porque as intuições requerem a apresentação de objetos apropriados para serem convocadas à ação mental, a filosofia Escocesa é um realismo. Intuições não projetam a mente na realidade, elas permitem a mente acessá-la. De acordo com Wozniak, apesar do Intuicionismo ser um nativismo do processo psicológico, é um empirismo metodológico no sentido de que a investigação sobre a natureza e a existência de princípios mentais dados nativamente ocorre por indução a partir de fatos observados na autoconsciência. Thomas Reid cita que símbolos naturais, como as artes por exemplo, são reconhecidos e entendidos pelos ser humano em sua infância e pelos artistas. Porém Reid, possibilita entendermos que os adultos não familiarizados com as artes, precisam passar por um difícil processo de reaprendizagem para reconhecer/ entender tais símbolos, devido ao fato de terem passado por um longo período de desuso de tal linguagem. Por sua vez, os símbolos artificiais (exemplo: as linguagem escrita composta por letras, palavras etc) falam somente ao intelecto, não sendo "captadas" pelos afetos e emoções. A linguagem natural então, foi composta primariamente de sons, que são elementos naturais... Esta explicação de Reid sobre a linguagem parece ser uma tentativa de mostrar que a intuição é um processo primordial do ser humano. Wozniak afirma que foi indiretamente através de Reid, que Gall obteve a lista original dos 27 poderes da mente que guiaram sua tentativa de mapear a localização no cérebro. 

O filósofo prussiano, Immanuel Kant (1724-1804), em seu idealismo transcendental, argumentou que o espaço e o tempo são meras "formas de intuição" que estruturam toda a experiência e que os objetos da experiência são meras "aparências". Isto indica que ele trouxe, mais uma vez na história, uma cosmovisão monista mentalista, em "oposição" (ou alternativa) ao monismo materialista tipicamente defendido na filosofia natural que viria a se tornar a ciência a partir do século 19. Esta cosmovisão certamente é mais ampla do que a visão naturalista/ materialista, uma vez que traz de volta a importância dos fenômenos que não são perceptíveis sensorialmente sem negar o estudo da natureza em nosso entorno. Tal fato poderia resgatar a importância da ontologia como foi proposta por Platão (e certamente por seu mestre, Sócrates) nas origens da filosofia ocidental. 

Robert H. Wozniak alega que a interpretação de Ribot, de que a filosofia do século 18 culminou em Kant, não é uma sugestão sem razão, embora seja uma avaliação mais justa, afirmar que a filosofia dos séculos 19 e 20 seguiram Kant, mais do que as filosofias anteriores seguiram Descartes. Wozniak segue, explicando que uma das contribuições de Kant para a psicologia científica, foi o estabelecimento de pré-requisitos para que a psicologia pudesse se tornar empírica. Para o autor, outra contribuição consiste no tratado Anthropologie in pragmatischer Hinsicht, publicado em 1798. Nesta obra, Kant analisa a natureza dos poderes cognitivos, sensações de prazer e desprazer, afetos e paixões no contexto de negação de uma possibilidade de uma ciência empírica do processo consciente. Esta obra kantiana ajudou a definir o contexto onde não só Herbart e Fechner, mas também psicólogos fenomenologicamente orientados como Purkynê, Weber e Müller, trabalharam para estabelecer a ciência do fenômeno consciente. 

Dez anos mais novo que Kant, o médico germânico, Franz Anton Mesmer (1734-1815) formou-se em medicina no ano de 1766 com a trabalho Dissertatio physico-medica de planetarum influxu, onde teorizou a (polêmica) influência dos planetas na saúde humana. Entre seus pacientes, Mesmer realizou um tratamento na jovem Fräulein Oesterlin nos anos de 1773 e 1774, que apresentava sintomas convulsivos de dor nos dentes e ouvidos, vômito e síncope. Mesmer tentou relacionar a periodicidade das manifestações dos sintomas de Fraülein às flutuações de correntes (ondas) e no curso deste esforço, decidiu ver se ele poderia induzir uma "maré" artificial em seu paciente. Após aplicar 3 peças magnetizadas no estômago e pernas da paciente, Mesmer obteve sucesso cessando os sintomas por 6 horas e repetiu este tratamento com êxito no dia seguinte. Após observar os efeitos, Mesmer hipotetizou que há um outro princípio, um agente geral que causava a ação do magneto (imã) e que os imãs por si só eram incapazes de agir sobre os nervos. A partir daí ele formula o magnetismo animal e um fluído universalmente distribuído de incomparável rarefeita natureza que recebia e propagava toda impressão de movimento. Tal ação recíproca estaria sob leis mecânicas ainda desconhecidas. Mesmer diz que sua Carta explicativa de 5 de janeiro de 1775 foi transmitida para a variadas instituições científicas e para alguns cientistas. Somente a Academia de Berlim, no dia 24/03 daquele ano, escreveu uma resposta na qual confundia as propriedades do Magnetismo Animal que ia além do magneto, que seria só um condutor. A Academia de Berlim emitiu a opinião de que Mesmer era vítima de uma ilusão. As teorias do magnetismo animal e do "fluído universal" não foram bem recebidas nas instituições, seja porque não viram evidências perceptíveis ou porque não foram compreendidas. Mesmer alegou que médicos e doutores com os quais mantinha correspondência, passaram a espalhar que o tratamento era feito exclusivamente com imã ou só com eletricidade, embora ele publicamente trabalhara com ambos. Estes médicos foram desmascarados pela própria experiência, mas concluíram a partir dos seus fracassos, que as curas anunciadas por Mesmer eram imaginárias e que sua teoria era uma ilusão. Apesar de considerado charlatão por empiristas e por seus rivais, Mesmer desenvolveu o que naquele período foi chamada de cura magnética. Após remover os imãs de seu tratamento, a cura magnética requeria o redirecionamento do fluído através do médico que servia como uma espécie de conduíte. Assim o magnetismo animal era canalizado sobre o corpo do paciente através de "passes" magnéticos pelas mãos do médico, afirma Wozniak. 

A partir da década de 80 do século 18, Mesmer passa a ser cada vez mais rejeitado no meio acadêmico, após proeminentes estudiosos, reunidos pelo rei da França, analisarem o trabalho sobre magnetismo animal de Charles d'Elson e concluírem que os tratamentos eram realizados por "auto-sugestão" dos pacientes. 

Antes do "declínio" de Mesmer, Amand Marie Jacques de Chastenet, Marquês de Puységur (1715-1825), começou a experimentar a cura magnética. Trabalhando sobre um jovem camponês chamado Victor Race, o marquês utilizou o estado sonâmbulo do paciente, para este executar ordens das quais ele não se lembrava ao acordar. Puységur descobriu que Victor, que normalmente não ousaria confiar seus problemas pessoais à ele, admitiu durante o "sono magnético", uma disputa que tinha com a irmã. Neste processo, o marquês sugeriu para que Victor resolvesse a disputa. O jovem camponês acordou sem memória da sugestão e agiu conforme a sugestão recebida. Destas experiências, Puységur gradativamente chegou ao reconhecimento de que os efeitos magnéticos dependiam da força de vontade do magnetizador e da crença pessoal na eficácia da cura, vontade de curar e elo comunicativo (relacionamento) com o paciente. Em 1784, o marquês compilou estas observações nas Mémoires pour sevir a l'histoire et a l'establissement du magnétisme animal, um trabalho considerado o ponto de origem da psicoterapia, diz Wozniak. Apesar de trazer fatores fundamentais para o sucesso psicoterapêutico (vontade de curar, relacionamento/ vínculo terapêutico etc), a técnica de Puységur propagou-se juntamente com as explicações de Mesmer, praticamente tornando-se conhecida como mesmerismo nas mãos de figuras como Abbé José Custódio de Faria, Genéral François Joseph Noizet, Éttiene Félix, Baron d'Hénnin de Cuvillers e Alexandre Bertrand. 

Em pouco tempo tais práticas envolvendo conceitos do "magnetismo animal" (curas/ passes magnéticos, sonambulismo etc) seriam assimiladas também pelo espiritismo surgido na França e pelo espiritualismo de outros países que exerceriam influência em William James. 

Neste período, em paralelo aos estudos psicológicos que vinham se formando em duas linhas diferentes (a oriunda da filosofia e a oriunda da fisiologia/ neurologia), começavam os estudos da mente e comportamento humano a partir dos indivíduos considerados "loucos": Após a Revolução Francesa, o médico francês, Philippe Pinel (1745-1826), mudou a forma de olhar para os "aliénés" ("alienados" em português), afirmando que eles podem ser compreendidos e curados. Uma descrição de 1809 de um caso que Pinel registrou na segunda edição de seu livro sobre insanidade é considerada por alguns como a primeira evidência da existência da forma de transtorno mental mais tarde conhecida como demência precoce ou esquizofrenia, embora Emil Kraepelin seja geralmente credenciado com sua primeira conceituação. Esta linha de estudos médicos vai formando a psiquiatria, área a qual não me aprofundarei aqui. 

Embora os germânicos ainda tivessem grande influência de Leibniz (que difundiu uma cosmovisão dualista), e mais recente, de Kant (mentalista), nota-se que no início do século 19, já houve uma prevalência da cosmovisão naturalista que reduzia a visão de mundo sob pressupostos materialistas na filosofia da Europa, principalmente no eixo Inglaterra - França. Utilizo o termo reduzir aqui, porque tal visão de mundo, ou paradigma, estabelece limites à teoria da mente, à psicologia e aos transtornos mentais: Estes assuntos são relegados ao sensualismo (ao sensorial e ao neurológico). A visão naturalista, que é monista materialista, e consequentemente, niilista, como explicarei adiante, põe limites à variados campos de estudo, a começar pelos da filosofia, pois deixa em segundo plano a importância do estudo de como as coisas devem ser melhores (ontologia), como despertar os valores universais nos indivíduos e aplicá-los na sociedade (ética), quais são os melhores métodos de construção de conhecimento (epistemologia) etc. A cosmovisão também inclui conjecturas e reflexões sobre o que é a mente, o que afeta a psicologia e áreas correlacionadas por consequência. Porém este entendimento do mundo e do cosmo, não está isento de influências culturais e da história do indivíduo que apresenta a cosmovisão; A história do indivíduo inclui afetos (sentimentos e valores), crenças, intuições, conjecturas, interpretações, acesso aos estudos entre outros fatores, portanto dificilmente a cosmovisão não seria afetada por opinião. 

No século 18 então, haviam 3 frentes de estudos investigando a psiquê e os comportamentos humanos: Uma mais filosófica, oriunda de questionamentos epistemológicos, uma mais fisiológica/ neurológica e uma médica (psiquiátrica) oriunda dos estudos de supostos transtornados (não só "loucos" eram hospitalizados). Pode parecer estranho que a psicologia surja já dividida em sua origem, mas alguns pontos começam a se tornar claros neste momento da história: As linhas epistemológicas como as de Reid e Puységur, tratam de questões mais subjetivas do indivíduo, ou seja, suas intuições e afetos, portanto acabam possibilitando lidar com sentimentos, emoções e valores. As linhas fisiológicas claramente tocam áreas da medicina: os estudos sensoriais e dos reflexos fazem intersecção com a neurologia, com a óptica e outras áreas vindouras (psicofísica, frenologia etc). Neste ponto cabe um questionamento: A divisão, se realmente necessária, não deveria ser clara? A linha mais filosófica ou epistemológica ao valorizar mais o elo, a fala e a subjetividade do indivíduo não deveria se chamar psicologia? E a segunda linha não deveria ser campos da medicina por serem mais corporais? Não precisamos responder ainda, pois ao invés de fazer uma separação clara e objetiva, o que se seguiu dos meados do século 19 em diante foi, ou a tentativa de unir tudo sob uma psicologia transdisciplinar (Wundt) ou cada estudioso (uma série de estudiosos) querer impor sua visão de mundo/ paradigma como verdades absolutas estabelecendo limites de ontologia e método sobre paradigmas diferentes e sobre cosmovisões mais amplas. 

Possivelmente neste cenário, a questão da relação "mente - cérebro" tornou-se aguda para fisiologistas e psicólogos, como menciona Wozinak. O autor lembra que, de um modo geral, alguns autores ao longo da história já tentaram localizar a psiquê (alma) no cérebro, como por exemplo, Galeno (129-216), durante o Império Romano. 

Apesar de visões antigas, a tentativa de estabelecer localizações por meios empíricos de observação foram feitas essencialmente no século 19, tendo como um dos principais teóricos, o neuroanatomista/ fisiologista germânico-austríaco, Franz Josef Gall (1758-1828). Gall buscou desenvolver um novo método de cranioscopia para localizar faculdades mentais e deu sua 1ª palestra sobre o assunto em 1796. Suas palestras incitaram oposições devido ao seu viés materialista e em 1805 ele deixa Viena, partindo à Paris. 

De modo resumido, sua abordagem dependia de 3 suposições críticas: o tamanho e a forma do crânio refletiam no tamanho e forma das porções subjacentes do cérebro e que habilidades mentais eram inatas e fixas. Isto seria relacionado ao nível de desenvolvimento da habilidade inata. Com estas suposições, Gall pretendeu achar uma evidência de uma habilidade mental bem desenvolvida relacionada a uma determinada parte proeminente do cérebro. Com estas teorias, ele foi considerado o fundador da frenologia, que apesar de ser considerada pseudociência devido a falta de evidências empíricas ainda na 2ª metade do século 19, serviu de base para a neuropsicologia que viria a surgir em meados do século 20. Sua teoria serviu para afastar ideias extremistas do cérebro (ou mente) nascer como "tábula rasa", porém ele não pôde provar uma herança biológica de capacidades mentais, temas estes que continuam em debate até o início do século 21. 

Charles Bell (1774-1842) aprendeu a maior parte de sua instrução anatômica e cirúrgica de seu irmão John Bell, um médico. Em 1806 ele se mudou para Londres e 5 anos depois afiliou-se à Escola Hunteriana de Anatomia. Neste mesmo ano (1811), Bell imprimiu sua Idea of a New Anatomy of the Brain para circulação privada entre colegas. Nesta obra, Bell empregou evidências anatômicas para apoiar a afirmação de que as raízes ventrais da medula espinhal contêm apenas fibras motoras e as raízes dorsais apenas fibras sensoriais. Ao fazê-lo, ele derrubou séculos de tradição em que se presumia implicitamente que as fibras nervosas eram indiscriminadas em relação à função sensorial ou motora e estabeleceu a distinção fundamental entre esses dois tipos de processo nervoso. De acordo com Wozniak estes estudos de Bell chegaram a Bain e Spencer na "primeira psicologia psicofisiológica" (este último envolvido polemicamente com o darwinismo social!) e através de Jackson e Ferrier, ao estabelecimento do paradigma sensório-motor como base da localização funcional no cortex... 

Seguindo na história da fisiologia, o médico Marie-Jean-Pierre Flourens (1794-1867), que se opôs a grande parte das teorias de Gall, obteve algum sucesso ao estabelecer a relação do cérebro com a mente: Realizou o 1º experimento cirúrgico em animais que levaram à conclusão de que os hemisférios cerebrais são responsáveis pelas funções cognitivas superiores, que o cerebelo regula e integra os movimentos e que a medula controla as funções vitais. 

Voltando ás descobertas mais sensoriais, Ernst H. Weber (1795-1878) publicou De pulsu, resorptione, auditu et tactu em 1848. Em articulação com os estudos posteriores de Feschner, foi possível estabelecer relações quantitativas entre variações em eventos físicos e mentais. Ao vincular estes eventos, Weber colaborou com os estudos do ictiólogo, herpetologista (2 ramos da zoologia) e anatomista comparativo germânico, Johannes Peter Müller (1801-1858), pois, de acordo com Wozniak, tornou-se possível estabelecer uma função epistemológica do sistema nervoso em mediar a relação entre mente e ambiente físico. 

O último autor relacionado à "psicologia" sensorial, é Gustav T. Feschner (1801-1887), nascido na Prússia. Após estudar medicina, Feschner passou a se interessar em filosofia e física e fundou o programa para psicofísica. Sua obra filosófica, considerada panteísta, foi predominantemente ignorada, porém seus estudos relacionados à física foram bem recebidos: Feschner estabeleceu que a intensidade da sensação aumenta proporcionalmente conforme o logaritmo do estímulo. William James, rebate a teoria de Feschner explicando que embora os estímulos sejam compostos, as sensações não o são: “Toda sensação apresenta-se como uma unidade indivisível; e é completamente impossível ler qualquer significado claro na noção de que são massas de unidades combinadas". 

O interesse de Wozinak nestes estudos da fisiologia/ neurologia, em seu livro Mind-Body Theory - From Descartes to William James, devem indicar uma busca para a resolução do "problema" Mente/ Corpo... Mas vale lembrar que a teoria da mente, não é tema comprovado da ontologia, da epistemologia, muito menos das ciências biológicas e seus ramos (fisiologia, neurologia, medicina etc). Estudiosos destas áreas podem mostrar interesse e estudar o tema, mas explicarei como ele ainda pertence à cosmovisão:

Este é meu 2º texto sobre a teoria mente/ corpo e em breve publicarei o 3º e último texto sobre o assunto. Nem nestes meus 3 textos, nem no livro Mind and body: René Descartes to William James há um autor que tenha descoberto o que é a mente. Não havendo provas "científicas" (evidências, mensurabilidade) de uma localização da mente nem de um vínculo claro e completo entre mente e corpo, a questão fica em aberto e é de âmbito da cosmovisão. O tema é frequentemente comparado à ontologia ou confundido com a epistemologia, certamente porque os campos da filosofia não requerem provas materiais. Ou seja, se este não for um problema de "visão de mundo", é mais um problema filosófico do que científico. Assim, ao realizar a busca de tal resolução com enfoque nas áreas biológicas, corre-se o risco de se chegar à uma resposta parcial e reducionista, que descarta uma série de relatos de experiências negadas por seguidores da ciência tradicional materialista presa aos pressupostos e métodos anteriores à revolução da física do séc. 20 (como eu já mencionei). 

Conclusão: O pensamento cientificista, racionalista e materialista e seu impacto na epistemologia (na construção do conhecimento) 

Entendo que as descobertas da fisiologia/ neurologia possibilitariam a identificação de algumas funções específicas para determinadas partes do cérebro, retornando mais às questões neurológicas do que às questões de pressupostos filosóficos da ciência (no caso da psicologia), sejam estes pressupostos assuntos da ontologia, da epistemologia ou da cosmovisão/ weltanschauung/ paradigma. 

Independentemente com qual área de estudo este tema transdisciplinar se relacione, considero importante fazer um alerta sobre os rumos dos estudos sobre a psicologia e sobre a Teoria mente/ corpo: É importante não reduzir questões ontológicas, epistemológicas e de cosmovisão ao materialismo (a mente como um conjunto de meras respostas neuroquímicas), pois tal postura é tentar reduzir à matéria todo um campo da filosofia que afeta diversas outras áreas, da psicologia à ética, tocando até em questões da teologia, da espiritualidade, além da "cosmovisão" já mencionada... Os pressupostos filosóficos da psicologia servem como ponto de partida para o desenvolvimento de uma teoria, de uma abordagem e de estudos psicológicos. Ao lidar com o ser humano e sua complexa estrutura mental (seja chamada de psiquê, aparelho psíquico, essência ou comportamento secreto), mais do que qualquer outra área das ciências, os pressupostos da psicologia não deveriam reduzir nem sobrepujar a filosofia. A filosofia é o que impede que as ciências se tornem estudos estritamente racionalistas, insensíveis com questões humanas e culturais, como relações afetivas, dificuldades sociais e fatores culturais. A ética fazendo parte da filosofia, deve ser teórica e também prática ao ser aplicada às diversas áreas das ciências. A psicologia estudando e tratando o ser humano deve sustentar práticas que dão sentido à vida das pessoas e que defendam a equidade dos seres humanos para que todos tenham saúde mental. Defendendo a integridade e a importância de tais "objetos" de estudo da filosofia que estão intimamente ligados a valores universais, evita-se o cientificismo. E o cientificismo deve ser evitado pelos seguintes motivos: 

Para não reduzir a ontologia a um campo de estudo determinista, onde meramente se prega o que existe e o que não existe; 

Para que a "cosmovisão" seja aberta e não uma visão de mundo reducionista e dogmática (com argumentos do tipo só a matéria existe, nada existe, tais e tais coisas não existem); 

Não impor limites ou proibições epistemológicas, pois a epistemologia não deve impor limites determinando o que pode ser estudado e o que não pode. A epistemologia deve estudar quais métodos são melhores para se construir conhecimento, seja conhecimento especializado ou transdisciplinar; Seu rigor deve pretender clareza, coerência e precisão ética, o que difere de meros determinismos, hierarquizações e dogmas;

Atitudes como a redução da cosmovisão e da ontologia e como a imposição epistemológica negam a importância de outros saberes fora da ciência, além de contradizer até mesmo descobertas científicas que questionam o materialismo e o modelo tridimensional do universo. Não se encontra a resposta definitiva de um problema filosófico (seja da ontologia, epistemologia ou de outro campo), realizando descobertas em uma ou poucas áreas da ciência - a filosofia trata de questões amplas e profundas demais (universais) para se descobrir com poucos estudos objetivos e reducionistas. Para se resolver a teoria mente/ corpo, é preciso no mínimo transdisciplinaridade. 

O físico, matemático e poliglota (e polímata) indiano, Satyendra Nath Bose (1894-1974), conhecido por suas colaborações científicas internacionais, diz sobre sua experiência ao anunciar suas descobertas no meio acadêmico britânico: (...) "No decorrer de minhas pesquisas, fui inconscientemente levado às fronteiras da física e da fisiologia. Para meu espanto, descobri que as linhas limítrofes se desvaneciam e que pontos de contato emergiam entre os reinos do vivo e do não-vivo. A matéria inorgânica foi percebida como algo não inerte; vibrava intensamente sob a ação de forças numerosas. Uma reação universal parecia colocar o metal, o vegetal e o animal sob a mesma lei. Todos exibiam essencialmente os mesmos fenômenos de fadiga, depressão, com possibilidades de recuperação e estímulo, bem como a permanente falta de reação associada à morte. Cheio de assombro diante desta fantástica generalização, foi com grandes esperanças que anunciei minhas descobertas para a Royal Society - descobertas estas demonstradas através de experiências. Os fisiologistas presentes, porém, me aconselharam a limitar minhas pesquisas ao campo da física, onde reconheciam meu sucesso, em vez de invadir seus reinos estanques. Sem querer, eu me extraviara nos domínios de um desconhecido sistema de castas, ofendendo sua etiqueta.

A cosmovisão ao propor um modelo de mente e um pressuposto sobre a relação mente/ corpo, seja ela qual for, acaba servindo de base para os pressupostos filosóficos da ciência em geral. Como mencionei em textos anteriores, a cosmovisão não é sinônimo de ontologia (aqui me baseio nas obras clássicas de Platão e nas mais recentes de Viktor Frankl e não em autores como Leo Apostel). Ela pode ser usada como paradigma para se estudar uma determinada área, mas não define o que é ou o que existe e o que não existe. Isto porque todo estudo parte de uma visão de mundo, uma interpretação do que existe e não de um dogma nem de restrições e limitações. Recortes e reduções podem servir (e serviram) para estudos especializados, porém tanto a cosmovisão, como a ontologia em si devem possibilitar estudos interdisciplinares/ transdisciplinares. Não cabe a epistemologia impor limites como verdade absoluta, nem é ético reduzir a ontologia à uma determinada visão de mundo criando dogmas para a ciência. Ou seriam os dogmas, algo científico? Eu tenho certeza que não, pois caso contrário, correríamos o risco de propagar mentiras como ciência, prejudicando a sociedade de variadas maneiras.

Um exemplo de busca de pressupostos abertos à transdisciplinaridade na história é a teoria geral dos sistemas. Este modelo científico do século 20, iniciado por Ludwing Von Bertalanffy (1901-1972), que utiliza de pressupostos as variadas relações entre sistemas, deve seguir uma cosmovisão e uma ontologia aberta, ou pluralista. Isto é uma postura de base, ou seja, estrutural, básica, de qualquer campo de estudo: Similar o conceito socrático/ platônico de presunção da ignorância. Esta postura entende que todo ser humano tem intenção, portanto não se afirma que tudo é matéria ou tudo é mente - nem se afirma a inexistência de algo. A partir deste ponto, ao iniciar qualquer estudo, deve-se buscar só uma pauta, simples, porém certamente difícil em algum nível: A ética, baseada em valores universais (obviamente não se trata de valores individuais), ou talvez, valores que converjam em uma valor universal. Eis o esforço necessário: pautar os estudos de acordo com suas finalidades, e que estas finalidades sejam éticas, baseando-se em um (ou mais) valor(es) universal(is). 

Afirmar a não existência de alma ou de espírito(s) como verdade absoluta é uma tentativa de determinar o que é real e o que não é. Além dos problemas já mencionados referentes à elevação do materialismo e do niilismo como verdades absolutas, tais argumentos criam então um (ou mais) "clube da verdade" - Muito comum na academia/ nos meios "científicos", esta visão tradicionalista é dogmática, só diferindo da religião institucionalizada, pelo fato dos dogmas "científicos" afirmarem que a matéria perceptível (ou uma "realidade" tridimensional) é tudo. 

As intenções existem em todos os campos do saber, portanto delimitar o que é real e o que não é, é uma ferramenta de poder. Qualquer argumento reducionista elevado como verdade absoluta, fará com que o objeto resultante de tal reducionismo seja um tipo de ídolo, um símbolo sagrado - porém continua sendo uma ideia que esconde algo por trás. A questão é: Seja na religião, na filosofia, ou na ciência há dogmatismo? Uma verdade absoluta que propague a indiferença? Ou pior, uma verdade que gera rivalidades? 

O problema da religião não é ela em si. Não é a religiosidade nem a espiritualidade - é a utilização desta como ferramenta de poder. É usar a religião para ganho próprio, para oprimir e/ ou para excluir e isto pode ser feito por outros meios, seja através da filosofia, da ciência etc. 

No próximo texto indicarei como a ciência se separou da filosofia e quais implicações notórias relacionadas com esta separação. 

Bibliografia 

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Aram Vartanian, La Mettrie's L'Homme Machine: A Study in the Origins of an Idea (Princeton University Press, 1960), p. 2-12

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Thomas Reid. An Inquiry into the Human Mind on the Principles of Common Sense. Ed. Derek R Brookes. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1997. pp. 256–257

Durant, Will; Durant, Ariel (1967). The Story of Civilization: Rousseau and Revolution. [S.l.]: MJF Books. pp. 571, 574. ISBN 978-1-56731-021-4. Consultado em 22 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2020

DARNTON, Robert. O lado oculto da revolução: Mesmer e o final do Iluminismo na França. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1988.

Mesmer, Franz Anton (1767). «Dissertatio physico-medica de planetarum influxu». The Wood Library Museum. Consultado em 27 de Julho de 2015

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public domainSturt, Henry Cecil (1911). "Fechner, Gustav Theodor". In Chisholm, Hugh (ed.). Encyclopædia Britannica. Vol. 10 (11th ed.). Cambridge University Press. pp. 231–232.

Lewis, Christopher (2007). "Chapter 5: Energy and Entropy: The Birth of Thermodynamics". Heat and Thermodynamics: A Historical Perspective. United States of America: Greenwood Press. p. 95.

 

 

2 comentários:

  1. Além de Gall, também é válido mencionar o estadunidense Samuel George Morton, como mais um propagador de pseudociência e racismo na história: https://www.youtube.com/watch?v=DUEQ9iulRT8

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    1. O vídeo do link acima não é de um "mero youtuber" e sim de um professor de história que se baseou nestas fontes:
      Referências
      1. Penn & Slavery Project
      • Endereço: https://pennandslaveryproject.org/
      2. A coleção craniana de Samuel George Morton: Significado histórico e novas pesquisas
      • Endereço: https://www.penn.museum/sites/expedit...
      3. Uma Osteobiografia Histórica do Crânio Africano na Coleção Morton
      • Endereço: https://www.penn.museum/sites/expedit...
      4. Historical Significance and New Research by Emily S. Renschler and Janet Monge
      • Endereço: https://www.penn.museum/documents/pub...
      5. O Curioso Gabinete do Dr. Morton
      • Endereço: https://www.penn.museum/sites/expedit...
      6. Crania Americana, ou, Uma visão comparativa dos crânios de várias nações indígenas da América do Norte e do Sul: ao qual é prefixado um ensaio sobre as variedades da espécie humana; ilustrado por setenta e oito placas e um mapa colorido
      • Endereço: https://collections.nlm.nih.gov/catal...
      7. Stephen Jay Gould - The Mismeasure of Man-W. W. Norton & Company (1996)
      8. Classificação de raças por capacidade craniana de Morton: a manipulação inconsciente de dados pode ser uma norma científica
      • Endereço: https://www.science.org/doi/10.1126/s...
      9. O curioso caso de roubo de corpo no cemitério do Líbano
      • Endereço: https://hiddencityphila.org/2015/04/t...
      10. “Vedado, donde no se entierran más que negros bozals”: The burial grounds of 55 enslaved Africans whose skulls were acquired by S. G. Morton
      • Endereço: https://www.penn.museum/sites/expedit...
      11. Endereço: https://pt.findagrave.com/memorial/42... (FOTOGRAFIA DE ROBERT CLARK FOTOGRAFADO NO PENN MUSEUM.CADÁVERES NÃO RECLAMADOS, DISTRIBUIÇÃO E DISPOSIÇÃO Lei de 13 de junho de 1883, PL 119, nº 106 Cl. 35 UM ATO History of the Anat y of the Anatomy Act of P omy Act of Pennsylv ennsylvania W. S. Forbes
      12. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA UTILIZAÇÃO DE CADÁVERES COM FINS DE ENSINO NA EXTENSÃO Centro de Ciências da Saúde / Departamento de Morfologia / PROBEX
      • Endereço: https://www.ihu.unisinos.br/categoria...
      13. Homenagem aos cadáveres negros do laboratório de anatomia: Um ato antirracista e de resistência
      • Endereço: https://www.direitoshumanos.unicamp.b...
      14. BLACK PHILADELPHIANS IN THE SAMUEL GEORGE MORTON CRANIAL COLLECTION
      • Endereço: https://prss.sas.upenn.edu/penn-medic...
      15. Centro de Memória investiga registro sobre os cadáveres que chegaram à Faculdade de Medicina no início do século passado
      • Endereço: https://www.ufmg.br/online/arquivos/0...
      16. Penn Museum enterrará crânios de pessoas escravizadas
      • Endereço: https://www.nytimes.com/2022/08/09/us...

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